domingo, março 29, 2009

Sexo frágil mesmo?

"a emancipação da mulher, sua igualdade de condição com o homem é e continuará impossível enquanto a mulher for excluída do trabalho social produtivo e tiver de limitar-se o trabalho privado doméstico. Para que a emancipação se torne factível é preciso, antes de tudo, que a mulher possa participar da produção em larga escala social e que o trabalho doméstico não a ocupe além de uma medida insignificante"- Marx e Engels


O capitalismo iniciou esta revolução democrática, mas foi incapaz de concluí-la, pois a forma monogâmico-patriarca l – que está na gênese da dominação da mulher, nasceu justamente da "concentração das grandes riquezas nas mesmas mãos – as dos homens – e do desejo de transmitir essas riquezas por heranças aos filhos desses mesmos homens". Assim, "a preponderância do homem no casamento é uma simples conseqüência da sua preponderância econômica e desaparecerá com esta".


Desde muito nova ouvia do meu pai a seguinte frase: - Estuda sempre! Pois casamento não é garantia de sobrevivência e nem de futuro! - e sortudamente, vivenciei, assisti a relação dos meus pais de forma leal, com cumplicidade (sim, com suas adversidades também...) e por isso o casamento durou quarenta e poucos anos. Eles não competiam entre si. Se amavam e se respeitavam.

Bom, isso para explicar que, para um metalúrgico, vindo do interior de Minas Gerais muito novo, criado por irmãos sem a mãe, tendo tudo para ser um grande machista, ele infringiu a "regra social" de rei da casa controlador que apenas e permitiu que suas filhas se tornassem mulheres independentes e donas de seu próprio destino. A grande sacada, sem dúvida, foi a atuação da minha mãe, que em nenhum momento do seu casamento, deixou de ser uma mulher atuante em seu meio, para se dedicar única e exclusivamente à casa e à família.

Nem sempre foi fácil, mas ela enfrentava os riscos, e foi feliz dessa maneira. Foi uma guerreira que se desdobrava em mil mulheres, mas não se frustrava, e ainda, conseguia transmitir esperança à tantas outras mulheres que a cercavam.

Lembrar de sua história faz com que tenhamos força para lutar por uma causa, sempre!

Sem dúvida, isso contribuiu para eu me tornar a mulher que sou hoje. E mais ainda, contribuiu para que me apaixonasse pela idéia de abraçar a causa da mulher, pois ao contrário do que nos é informado, o movimento feminista não é formado por mulheres recalcadas, que odeiam os homens, que o tempo todo querem competir ou até mesmo "tomar" o lugar dos homens.
É um movimento que busca equilibrar a relação de gênero sim, a conquista do respeito, a quebra do paradigma do "sexo frágil" bobalizado!!!

Até mais!!!!!!!!!!

Dica: ouça a música Cheiro de Mato, da Fatima Guedes, e permita que seu espírito dê uma descansada, viajando na voz e na melodia tão nostálgica (eu era criancinha).